Sandra Brazil / Literatura, poemas, contos, crônicas, cinema, viagens. O título deste blogue se refere à poeta grega Safo de Lesbos e sua filha Cleïs, a quem ela dedicou o belo poema "O tesouro".
Quem sou eu
- Sandra Brazil
- No blogue escrevo meus próprios textos (contos, crônicas, poemas, prosa poética) e também sobre os mais variados assuntos: literatura, cinema, viagens, gastronomia, amenidades, humanidades, música. Tudo que me toca. E que possa tocar os leitores.
sábado, 20 de outubro de 2012
Uma espécie de fé
A voz caminha
por um fio.
(Sequer respiro para não
perder as letras
do seu discurso.)
Palavras confirmam
achados arqueológicos
em sítios desejados
-- os deuses aprovam
a composição
desta ópera --
seu ser complexo
(enfim)
no meu.
Recolho suas palavras
como roupas
brancas
de um varal:
disciplina,
paciência
e fé.
Silenciosa,
sigo o dia
como as Moiras --
na Roda da Fortuna
construo
sem pressa
o inusitado:
o meu-seu destino.
Assalto
No cinema:
no escuro,
um carinho
que se rouba
ou que me tomam
como se eu fosse (sempre)
a vítima
ou um ladrão
[de sentimentos].
no escuro,
um carinho
que se rouba
ou que me tomam
como se eu fosse (sempre)
a vítima
ou um ladrão
[de sentimentos].
Angoissée
Angústia reconhecida:
círculos pela casa
percorrendo
o caminho
de antigas lembranças.
Prozac.
zigue-zague
na veia:
carrossel
céu
mar
sol
e um azul
(imensa vontade
de não estar só.)
[Entre tanta gente.]
círculos pela casa
percorrendo
o caminho
de antigas lembranças.
Prozac.
zigue-zague
na veia:
carrossel
céu
mar
sol
e um azul
(imensa vontade
de não estar só.)
[Entre tanta gente.]
Sem explicação
Um sinal belisca
o miolo da intuição
como em outras vezes.
O canto do galo.
O pio da coruja.
O farfalhar de penas.
Só o caboclo sabe do que estou falando.
A castanheira olha lá de cima,
do alto de sua beleza diz:
você da cidade não sabe de nada.
A natureza trará um presente.
A benzedeira percorre com arruda molhada
nosso destino.
A intuição faz plimplim
e avisa:
o desejo
chega amanhã,
às 16h55.
o miolo da intuição
como em outras vezes.
O canto do galo.
O pio da coruja.
O farfalhar de penas.
Só o caboclo sabe do que estou falando.
A castanheira olha lá de cima,
do alto de sua beleza diz:
você da cidade não sabe de nada.
A natureza trará um presente.
A benzedeira percorre com arruda molhada
nosso destino.
A intuição faz plimplim
e avisa:
o desejo
chega amanhã,
às 16h55.
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