Por que Safo escrevia. Cantava sua menina. A pequena Cleis, sua adorada filha. Cantava seus amores. E clamava e pedia aos deuses que olhassem e ouvissem suas preces. Na Grécia Antiga, sua escrita delicada e marcante era seu templo.
Eu construo meus pensamentos aqui e vou tentando compor um mosaico do que sou. E apresentar o que gostaria de ser, mas não sou. E mostrar que acredito em muitas coisas que estão perdidas, mas não para mim... Deuses, Olimpo, minha pequena Cleis: Isadora. Aqui é meu altar, este que não tem colunas gregas nem céu azul, nem aquele azul-profundo do mar. Nem meus textos têm o poder dos textos míticos de Safo. Sequer serão encontrados em fragmentos nas areias do Nilo. Mas às vezes eu faço daqui, deste universo que me escapa das mãos, o poder das minha oração.
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