Assaltaram meu pôr de sol cotidiano. Arrancaram minha vista panorâmica do bairro e da vida que borbulha nele. Deram cabo dessa minha pequena alegria. Alegria pequena, minúscula, mas grandiosa pra olhos de sensibilidade gigante. Eles fizeram tudo isso silenciosamente, primeiro; depois, com enorme estardalhaço, que doeram meus ouvidos. E machucaram meus olhos.
Mas o que ele não sabem é que não vão conseguir nunca, jamais, me conter. Atrás dessa muralha de concreto burguês, há de haver uma saída. Uma esperança, tão pequena quanto essa minha pretérita alegria. Hei de construir um atalho, um novo caminho, uma vereda, um desvio. Vou procurar meu pôr de sol cotidiano "alhures", porque, pensando em Hegel, eles não sabem, mas todo escravo tem uma saída.
eles não sabem
ResponderExcluire nem imaginam
enquanto os prédios sobem
horizontes se descortinam
Se descortinam, à revelia...
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