Ando pelas ruas nesse fim de tarde bem frio. Gosto de caminhar e gosto do inverno. Uma sensação boa me toma.
Ao dobrar uma esquina, um mendigo dorme o sono dos anjos, tranquilo, incólume, como se não corresse riscos numa cidade brutal.
Olho para cima, o logotipo de um banco desfralda a cor laranja, gritando seus poderes sombrios sobre nós.
O cobertor que aquece o mendigo é também de um laranja vivo, logomarca do grito dos que não têm voz nem vez.
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