Sábio, um bicho da seda
me enrosca com seus fios
delicados e
suaves.
Carimba labirintos
e minotauros,
Ariadnes,
sabe o que faz.
Vai me conhecendo
no sentido bíblico.
Gosto:
novidade,
textura,
suavidade,
com a força
do cromossomo Y.
Enfim,
um tempo
diverso.
Vou me enroscando.
Sons sibilares, miados,
cricris de floresta,
rastejar de feras.
É tudo novo
e deliciosamente
úmido,
como depois da chuva.
Pronto!
Preparo meu bote
de tigre,
cravo minhas garras
sobre a presa.
O abismo insólito
onde se atiram juntos
homem e mulher
(ou Y e Y, ou X e X)
está a um passo.
Mas um clarão
interrompe
meu jumping.
Recuo
minhas garras.
Todo meu ser
é um grande outdoor
urbanoide --
sua marca
seus vestígios.
Então me apresso
e fujo,
como aquele homem
que quer devorar
o anúncio
de lingerie
longe das vistas
da amada.
Quero distância,
corro, táxi,
me atiro,
e na solidão sentir
as feridas ressentidas
diante daquela celebração.
As feridas se abriram.
O bicho da seda,
fios delicados nas mãos,
ficou sem entender:
como sua sabedoria
milenar
não produziu
seus efeitos nesta mulher...
É simples:
o outdoor nocauteou
seu doce veneno.
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