Quando ela nasceu
eu não sabia nada.
Só reconhecia uma coisa:
ela foi um presente
dos deuses,
assim como preconiza seu nome.
Continuo não sabendo
de nada.
Mas ganhei com ela
a noção das medidas
da vida
e da magia do tempo --
sua altura, seu peso,
o comprimento
de seus passos
de gazela,
o bater de seu coração
generoso,
a velocidade do sangue
que corre em suas artérias
quando sei que está mentindo
para mim.
O castanho intenso de seus olhos,
a espessura finíssima do fio
de seus cabelos,
o enfoque de seu olhar
quando se preocupa com o mundo,
e esse corpo longilíneo
de bailarina
de que eu gosto tanto...
tanto...
e que eu poderia
ter para sempre
em meus braços,
como quando ela nasceu...
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