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No blogue escrevo meus próprios textos (contos, crônicas, poemas, prosa poética) e também sobre os mais variados assuntos: literatura, cinema, viagens, gastronomia, amenidades, humanidades, música. Tudo que me toca. E que possa tocar os leitores.

terça-feira, 11 de dezembro de 2012

Aniversário mais que feliz. "Pelo telefone"



É meu aniversário. Também é dia da colação de grau da minha filha. Depois do evento, é quase madrugada; apesar de certos perigos, caminho despreocupada e feliz pelas ruas da minha cidade. A cidad
e onde me construí como sujeito, como ser pensante, como profissisonal, como ser que gosta de cinema e de arte e da noite (do dia também, não se iludam...). Como filha, amiga, mãe. Esta cidade frenética, que já foi pacata quando eu era pequena, no bairro onde nasci. Metrópole onde construí minha família: duas mulheres que cresceram juntas e entraram para o livro do IBGE -- famílias formadas por mulheres, que vão adiante e se desenvolvem com mulheres e filhos que, juntos, seguem e vivem nesta cidade difícil, mas também fácil para algumas coisas. Um caleidoscópio megalomaníaco de cores cinzas, negras, azuis, amarelas, brancas, vermelhas. Todas as cores. Em dias de chuva, se vista de cima, é uma cidade de sombrinhas e guarda-chuvas. Uma cidade-fábrica de "umbrellas"... Adoro ver daqui do escritório a profusão de cores redondas balançando...
Pois no meu aniversário de 50 anos, o resumo-da-opereta foi uma comemoração dupla. Ela estava lá embaixo com sua beca. Eu estava aqui em cima de pretinho básico (nada de roupas moderninhas, eu queria parecer mãe dela...). Ela me mandou aquele beijo de criança com um semicoração, eu lhe enviei um coração completo, que toda mãe tem muitos corações guardados dentro de si para doar a seus filhos. Se um dia eu tiver outro, terei um arsenal de corações de reserva... Mas sempre haverá os corações guardados pra Isadora. Todos dela, não importa o que aconteça.
Depois da cerimônia, saí pra enfim comemorar meu aniversário. Foi difícil encontrar um restaurante com a cozinha aberta àquela hora. Caminhando pelas ruas, encontrei um telefone público das origens, e fui fotografada meio "poser". Sem medo de ser feliz. Como num samba original, "o primeiro samba" de que se tem notícia, "Pelo telefone", o orelhão em que tudo começa... a alegria que pode correr o rio de uma vida. Daqui em diante, e que poderia ter sido dos meus 23 anos para cá. Não tendo sido, a felicidade esbarra aos 50. E é tão bom... Posso afirmar.
E essa alegria estampada na foto. No meu olhar tranquilo de uma etapa cumprida. E no sorriso, a vida alegre que se leva. Tudo isso, passeando no dia do meu aniversário, fazendo pose, aos 50 anos, "Pelo telefone".

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