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No blogue escrevo meus próprios textos (contos, crônicas, poemas, prosa poética) e também sobre os mais variados assuntos: literatura, cinema, viagens, gastronomia, amenidades, humanidades, música. Tudo que me toca. E que possa tocar os leitores.

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Poemeto luxúria de chegada

Riso vertical

A loba entrega
em bandeja
de ouro
seu melhor
a quem
chegou
derradeiro.

(de
Ray-Ban,
quem
ri por
último
ri
melhor.)

quinta-feira, 7 de fevereiro de 2013

Trilogia maldita


"O homem só pode pretender felicidade
servindo-se de todos os caprichos da imaginação."
Marquês de Sade, in Os 120 dias de Sodoma



Rota 99


A Orgia e a Morte são duas jovens graciosas,
Fartas de beijos e de frêmito incontido, (...)
Baudelaire, "As duas boas irmãs", in As flores do mal


Rota 99 entrou com tudo num fim de tarde - águas de março. Um calor úmido e insuportável fazia crescer o tiquetaque do desejo rumo noroeste. Cristais tilintavam, paredes estremeciam e raios atingiam em cheio a terra molhada.
Tambores soavam numa selva desconhecida, anunciando. A pedra, o poço, o transe, uma civilização perdida; sacrifício humano jorrando sangue sagrado e profano.
Sedução, e a razão, entorpecida, o corpo murmura: sim, sim, sim.
Num tempo irreversível. Controlado, personalizado, estudado, ao alcance da mão, medo da surpresa e da dor. Medo de se achar fora do papel milimetrado, e surpreender-se: tigre, em círculos, acuando a presa, devorando-a, despedaçando-a.
Perder o controle, profanar o obelisco quente e latejante e tornar-se vítima sagrada - toda à mostra, os músculos em prontidão, a carne viva, fluidos se interpenetrando, escambos na paixão instantânea.
Insinuar, burlar, apostar na surpresa e no desconhecido. Um tempo sem volta. Mas ali, um rocambole negro e futuro, desenrolando-se rapidamente, alta velocidade, rota 99.
Os faróis cegam e a vontade acelerada do fogo e do asfalto: febre superando medo, conduzindo rápido ao destino: rota 99.
"Let's get lost."
Ponto de encontro sinalizando, o ápice viria, era certo. O rosto mediterrâneo, os olhos sorrindo, assentindo. Ao tocar o perfume, pensei: vou me perder. As horas futuras, intermináveis, selaram-se ali, na escuridão da rota 99. Vênus descontrolando as marés. O tambor dentro de mim - tuntum, tuntum. Esta noite ou nunca.
O selo supremo. Nada mais importa. A seta indica um porto feliz. Os tambores rugindo, o tigre antecipando o desencarne. Sacrifício. O corpo estanca e escorrega fundo. Peço, ensandecida, e um vulcão agiliza a poção sagrada do amor. Uma, duas, outras vezes. Cansaço, alívio e prazer percorrem os sentidos.
A morte instantânea anuncia: renovado, o corpo em sacrifício percorrerá o caminho de volta na rota 99.
Uma civilização se resgata. O tigre desliza saciado. Os tambores estão silenciosos. Nenhum som na floresta.
Nem é preciso perdão. O melhor ainda virá.



Sob o domínio de Sade


(...) A sepultura e a alcova, em blasfêmias fecundas,
Nos dão de quando em vez, como boas irmãs,
Os prazeres do horror e as carícias malsãs.(...)
Charles Baudelaire, "As duas boas irmãs", in As flores do mal


Há urgência neste apelo.
Uma dor ecoa nesse chamado.
Uma ordem requere sua chegada.
Hermes, apresse sua porção alada.
Preparo-me, impaciente, diante de um toucador imaginário.
Nove minutos e noventa passos distanciam-nos da consumação.
Determino data, hora, local para que se realize o meu capricho. Minha ânsia atroz.
Descomponho o outro, atiço-lhe o orgulho como se remexe uma fogueira. Quero que lhe doam essas ínfimas brasas. A pele marcada por pequenos sinais, souvenirs do sinistro prazer.
Ordeno que venha rápido. O sofrimento e as agruras da minha pressa e determinação.
Demarco todos os meus desejos e caprichos na ponta de um salto agudo imaginário, que perfura dolorosamente o seu receio, a fazer da fera bicho manso e dócil. Medo de cometer um erro sequer e perder-se na minha lâmina pensante. Impossível atravessar o roteiro traçado de viés. A mera miragem de perder a presa no momento de fúria faz da sua vontade músculos e movimento a reagir.
Imprimo-lhe a dor urgente do meu estímulo, a requerer, iminente, que algo atravesse meus sentidos, contundente, preciso, doloroso, brevíssimo. Perfurar, pungir, mortificar até que eu desfaleça. O prazer inoculado nessa transgressão.
O outro a exalar um medo animal, corre, selvagem. O odor alquímico a lhe atrair a esse domínio feminino. Na desabalada, o reflexo ardente de um cristal atinge-lhe em cheio o olhar, lembrando a ampulheta no aparador a escoar seus últimos grãos de areia. Mais um minuto apenas. O desespero impinge ao corpo, então, as torturas mais cruéis: atravessa espaços sinistros e inóspitos, farpas perfuram-lhe o corpo. A gravidade, dolorosa, a sugar-lhe um rio vermelho. Consigo carrega nada além do poder que, ao fim, nos libertará.
Pressinto sua chegada. O calor que sobe em vapores etílicos entorpece a determinação de lhe negar três vezes.
Uma voz poderosa brada que se abram as portas deste reino. A ponte levadiça desiste de oferecer resistência. Cavalariços abrem caminho a ele que chega. Cavalos, indomáveis, exalam algo indizível. As mulheres calam-se à sua passagem.
Inserido na extremidade do destino. Aplico um punhal fino na sua vontade, retalho as pretensões de seu orgulho masculino, rasgo-lhe os códigos preestabelecidos. Em gotas ferventes um ungüento poderoso a arrancar-lhe a pele. Enceno um escárnio de sua indefesa condição. Deusa absoluta desse capítulo da história humana.
Premeditada, descarno por um instante a vendeta feminina. E, paradoxo, entrego-me aos braços ferozes e tirânicos. Esfolada viva, permito que lâminas finíssimas escalpem e dilacerem o que há em mim. Um prazer sórdido apodera-se de meus nervos expostos. E, do alto do meu orgulho, profetizo um mundo maldito e cruel.
E no ápice dessa tortura, algo abocanha o núcleo do amor. O poder do elixir que perpetua a espécie expande-se num silêncio bruto.
Algo congela-se num tempo histórico.
Um mundo inteiro interrompe seu curso.
Em repouso absoluto, corpos recuperam essências.
Hermes, enfim, cumpriu o prometido.


A queda do Segundo Templo


Ó monstros, ó vestais, ó mártires sombrias,
Espíritos nos quais o real sucumbe aos mitos, (...)
Baudelaire, "Mulheres malditas", in As flores do mal

Um muro sagrado impõe-se. Pedras gigantescas encaixam-se e reencaixam-se, coesas e indissolúveis; nem um fio perpassa por essa fortaleza que recobre e defende como uma cidadela.
Quando por ventura ameaçados por forças externas, os gigantes de pedra colocam-se, alertas, armando-se contra o possível inimigo. Como soldados em prontidão, encenam um escudo poderoso.
Por vezes, não avisto Tito aproximar-se, nem percebo seus exércitos avizinharem-se da minha fortaleza. A terra então claudica, como se um terremoto chegasse trazido no som longínquo e aterrorizante da marcha dos soldados, às centenas, aos milhares. Pés guerreiros ganham passo a passo o chão, o retinir das peças e das lâminas corta o ar como um grande machado ritmado. O som ensurdecedor da guerra se aproxima. Estremeço ao sentir: serei vencida.
Ouço - mas a ilusão me cega - os gritos bravios dos homens em fúria. Ouço à distância Tito ordenar, gritar, comandar. Um objetivo único: a destruição completa dessas muralhas. Mas, sádico, manterá intacto um único trecho, para que se reconheça por meio dessa visão seu poder feroz. A profanação desse território sagrado, sua absoluta rendição.
A terra treme mais forte sob o impacto da marcha determinada e coordenada do comboio humano. Mas a ilusão desmedida de que nada destruirá essa proteção calcária. Essa estátua circular que rodeia, voraz, como uróboru. Cada vez mais próximos os gritos e a fúria do exército, que sinto, em pouco, me dizimará. Por fim, a voz de Tito incita o ataque.
A ilusão escoa por entre as fendas da terra craquelada. Inerte, presencio cenas enlouquecidas, homens buscam, kamizaze, a vitória a todo custo, muitos deles pisoteados, outros a destruir partes dessa morada, outros feridos entre os escombros, outros reverberam a força de sua predestinação. Adentram com fúria e sede de conquista o terreno delicado e róseo, mucosa exposta como ferida recente. Não há cena de mais vigor e poder do que essa massa obstinada a caminho da vitória.
Sem que eu perceba, Tito impõe-se, triunfante, diante de mim. Um esgar sela o que ele sabe, o que eu sei. As fissuras por fim aguardam seu breve destino.
Eis que o estrangeiro se aproxima. Um som metálico antecipa: aço puro adentrará o meu corpo, eu sei. Uma gota fria corre, rápida, por meu rosto. Tito conduzirá esse momento.
Tento não pensar no que virá, submeter-me a quem vence. Em meus últimos instantes vejo o que me acompanhará a lembrança: uma fronte ainda quente lateja nas mãos de Tito, os soldados urram a sua glória, lanças e espadas repicam sobre os escudos, o som final dessa batalha. Porções de terra são atiradas sobre mim. Em camadas, desapareço pouco a pouco. Tito deleita-se, algolagnia de minha condição. E, como derradeira imagem para meus olhos, o muro das lamentações surge. Inevitável, titã que se impõe, fendido, semidestruído, testemunha para sempre da minha capitulação.


quarta-feira, 6 de fevereiro de 2013

Ao meu pai

Uma homenagem a meu pai, seu Heitor Brazil, que com sua Lupa, recortes de jornal, fotos antigas, documentos antigos, notas fiscais dos anos 50 que contêm selos antiquíssimos, mapas e atlas, vai compondo o mosaico da sua memória, construindo a seu modo aquilo que nós perdemos dia a dia. (E não apenas os portadores de Alzheimer como ele.)
Ele não tem mais espaço, então destina a mim uma parte de seu museu... E mesmo que eu não tenha espaço aqui no meu apartamento, e minha mãe diga a ele que eu não quero estas coisas -- o que não é verdade, porque sou como ele, gosto de guardar relíquias... --, eu faço questão de trazer, por vários motivos: quero manter estas pequenas coisas que são importantes pra ele. A nota fiscal da mobília de seu casamento tem um belo selo e carimbo no verso, e ele me pediu pra guardar aqui em casa e não jogar fora... (Claro que não!) É feito de um papel grosso, e tinta de impressão gráfica azul forte; o selo, belíssimo! O ano? 1961. Quando perguntei por que ele destinava a mim e não a outra pessoa suas relíquias, ele me respondeu: "porque sei que você gosta dessas antiguidades, vai guardar e isso vai se manter no tempo. Não vai jogar fora".
Seu Heitor é um tipo discreto. Quer guardar um segredo? Conte pra ele. Ele levará para o túmulo, e nem sob tortura arrancarão dele. Quer manter um retrato de família bem guardado? Entregue em suas mãos. Ele vai catalogar, pôr numa pasta, fichar, e lhe infernizar até descobrir data, estúdio, nomes dos personagens, fazer uma cópia (claro! Ele faz cópia de tudo!) etc. Outra coisa: não deixará ninguém ter acesso à privacidade de sua peça. Outra característica, que herdei dele. Resultado: quando você decidir tê-lo de volta, terá uma peça "de museu", entregue numa pasta de cartolina verde-água amarrada com fita preta, que era ainda da época em que ele trabalhou no Fórum. Tem um cheirinho de infância pra mim. Dentro, todas as anotações para qualquer museólogo não botar defeito! Resultado: terá valido a infernização inicial do seu Heitor!
Para o meu pai, com todo carinho deste mundo, mais o carinho que ele destinou a mim e a meus irmãos e a suas duas netas, que ele ama, de paixão, Anabela e Isadora, para quem ainda faz as mesmas brincadeiras que fazia para nós -- brincar de cavalinho, por exemplo, e de esconde-esconde. Pai, nós amamos você dobrado e triplicado. Receba o texto da Lupa -- da postagem anterior. Ele é seu. Este é o pouco que posso lhe retribuir do muito que você me deu e me ensinou para que eu seguisse em minha vida.
A Lupa é sua, os mapas são seus, mas a alegria é nossa de tê-lo conosco.

Fora da lei

Ele apareceu oferecendo estrelas, em troca ela tinha que participar de uma parada aí. Vênus das ruas, aceitou. A Fortuna iluminou o babado forte. Contavam o metal, e o jeans cintura baixa dela o fez perder a contagem de 9 pra 12, e os olhos do fora da lei eram de um verde obscuro pontuado de ouro, ela parou nessa chapa quente. Paixão perigosa, louca, desadestrada. Fugiram pra Hollywood.


[O bacana é ler e ouvir, ao mesmo tempo, Fora da lei - Ed Motta. Acesse o Youtube: http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=BE7NMuUuk9Y#t=272s ]

terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

A lupa (repostagem necessária)

Arrumando minha bancada do escritório -- uma bagunça sem-fim --, encontrei (tim!) a lupa que meu pai me deu de presente!
Ele adora lupas. E papel. Papel velho. Recortes. Jornais. Fotos antigas. Pastas de papel verde com uma fita preta de amarrar, bem antigas que trazia do Fórum... Gosta de ver mapas, seguir cursos de rios, encontrar lugares que visitou com detalhes em velhos atlas que temos na casa de minha mãe. Eles estão desatualizados, mas ele não descansa. Quando vou lá, ele fala o nome de algum medicamento que está tomando e diz assim:
-- Minha filha, esse medicamento é feito em Goiás... eu já fui lá com a Mãe! Uma vez pegamos o carro e fizemos assim...
E aí vai discorrendo e vai pegar lá o velho mapa para mostrar o caminho que fez pela estrada, e o rio que havia e que mudou de nome. E a ponte que eles cruzaram. E claro. Ele traz... "A Lupa". Assim. Com letra maiúscula. Entre aspas. Uma entidade. A companheira de um historiador que ele, menino órfão de pai, não pôde ser, pois tinha que trabalhar desde menino pra sustentar a mãe e os irmãos.
Faculdade? Ele só conseguiu fazer depois dos 30 anos, quando minha mãe fez grandes sacrifícios e malabarismos com o salário dele e nós éramos pequenos. Mas detalhista, preciso nas coisas, cioso, perfeccionista, caprichoso nas letras e no português e na boa gramática, ao menos pôde ser guardião da história dos processos do Fórum por anos a fio. Escrevia e reescrevia aqueles textos para os juízes e desembargadores, sem descanso. Sempre achava que estava esquecendo algo, ou que tinha algo muito errado, algum engano grave que estava cometendo... (parece alguém que conheço, meu deus!... alguém que conheço bem...) Até que um dia um juiz, quando meu pai foi lhe mostrar o texto final, disse numa ironia fina:
-- Seu Heitor, o senhor já fez o meu trabalho, nem preciso rever e dar minha conclusão ao processo, o senhor já o fez por mim... pode passar a limpo.
Pois quando ele pega esses mapas lá em casa ele enlouquece a gente... [com a tal da "Lupa"...] porque em geral estamos conversando sobre outros assuntos, querendo saber outras coisas, o assunto já está em outro ponto, mas ele empacou com... a tal Lupa... a Entidade... no tal mapa, que ele quer mostrar, da tal viagem a Goiás, que ele fez com "a Mãe", à casa da tia Fulana, em 2002... É muito engraçado. Então, minha filha Isadora, que é apaixonada pelo avô, pega no braço dele e segue as trilhas do mapa e vai perguntando:
-- Vô, o que é aqui? Onde você foi? Que rio é aquele?
E ele sossega. Diz detalhes, nmeia cidades vizinhas, conta como foi, e de repente, ele entra no seu mundo de novo...

Mas enfim eu achei minha lupa que estava perdida. A lupa que meu pai me deu, na certa, porque ele sabe que eu, parecida demais com ele, a quem ele destina recortes de revista, de fotos da São Paulo antiga, de fazendas de café, de cenas de história antiga, serei a herdeira de seu cacoetes. [Que já sou...] Tipo, somos ciosos ao extremo de nossa privacidade, falamos baixo das coisas podres da família e pedimos sigilo a quem contamos, detestamos certos comportamentos, somos travados emocionalmente, tímidos no contato físico com as pessoas, mas extrovertidos em determinados momentos em festas e gostamos de dançar, de sair, viajar, adoramos comer, tomar vinho, e um bom bacalhau. Ou seja: eu e ele somos uma lambança, uma mistura de italianos com portugueses típicos. A diferença é que ele fala baixo, é ponderado, não chora. Eu descabelo, grito quando é necessário e choro quando a coisa está preta.
Pois agora que perdi meu pôr de sol devido a uma grande edificação que cesce dinate minha janela do escritório, que não tenho mais a alegria ensolarada em meus finais de tarde, tentarei com minha lupa procurar em mapas um lugar novo pra mim -- como meu pai, loucamnete, seguirei cursos de rios e estradas, cidades e vilarejos --, onde haja sol, por de sol, e que eu possa ter de novo finais de tarde ensolarados e cheios de luz. Uma mulher solar, como diria Domingos de OLiveira, o cineasta do cinema novo.
Espero que a lupa encontrada no meio da minha bagunça seja um sinal de que há esperança. Enfim.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Se o cinema falasse


Marlon Brando e Viven Leigh em Uma rua chamada pecado, direção de Elia Kazan, 1951, que no Brasil ficou conhecido como Um bonde chamado desejo.

Se o cinema falasse


Marlon Brando em Sindicato de ladrões, 1954, direção de Elia Kazan, filme que deu o primeiro Oscar a Brando.

Se o cinema falasse


Os atores Paul Newman e Elizabeth Taylor no filme Gata em teto de zinco quente, 1958, direção de Richard Brooks.

"A fábrica do poema"

O poeta norte-americano e.e. cummings

na estrênua brevidade
Vida:
realejos e abril
treva, amigos

eu me lanço rindo.
Nas tintas fio-de-cabelo
da aurora amarela,
no ocaso colorido de mulheres

eu sorrisando
deslizo. Eu
na grande viagem escarlate
nado, dizendomente;

(Você sabe?) o
sim, mundo
é provavelmente feito
de rosas & alô:
(de atélogos e cinzas)

(Tradução de Augusto de Campos)

Se o cinema falasse


A atriz Jean Seberg