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No blogue escrevo meus próprios textos (contos, crônicas, poemas, prosa poética) e também sobre os mais variados assuntos: literatura, cinema, viagens, gastronomia, amenidades, humanidades, música. Tudo que me toca. E que possa tocar os leitores.

sábado, 17 de abril de 2010

Que mistérios tem Clarice?

É difícil assumir micos. Assumo o meu de hoje. Convidei Isadora pra ver comigo a peça sobre Clarice Lispector, que está em cartaz no CCBB. Ir ao teatro tem sempre algo de cerimonial, diferente de ir ao cinema que, pra mim, é mais descontraído. Sempre me visto melhor, apuro na apresentação, dinheiro para qualquer emergência ou para o táxi, há um quê de ritual nisso tudo.
Ela, que na sua juventude tem agenda lotadíssima, concorda em me acompanhar. Eis que nos aprontamos, pegamos o carro, deixamos no estacionamento da Consolação e pegamos a van que nos leva ao CCBB. No caminho, vou puxando histórias do nosso guia; pergunto nome, falo da violência da cidade e amenidades outras. Ele se sente em casa, me chama de Sandra (Então, Sandra, você gostou de Madri?..., mas você já foi a Londres, Sandra?, mas na Europa não é assim, Sandra) e conta que morou na Espanha e Lisboa. Não houve tempo pra eu perguntar "o que vc ta fazendo aqui? Volte pra Barcelona". Gostei de ouvir o som do meu nome pronunciado tantas vezes num percurso tão curto. Me lembrou que eu sou a Sandra.
Entrar no CCBB, pisar naquele mosaico maravilhoso e olhar os desenhos do guarda-corpo em metal (folhas de café), é uma espécie de veneração pra quem gosta de história, como eu. Sempre me surpreendo com um detalhe que não havia percebido antes. Aproveito sempre pra tomar um café antes de ver um filme ou mesmo ir ao teatro de lá.
Peço a Isadora que veja nos tickets se há tempo para eu tomar a minha dose de cafeína. Ela olha o papel, ri, olha de novo, e gargalha: mãe, hoje é dia 17/4, você comprou os ingressos para dia 24/4... quáquáquá!... Não acredito que fiz isso. Me chateio de tê-la feito ir até ali, burlando seus encontros com amigos, só pra me acompanhar, e eu pago esse mico!
Portanto, não poderei escrever hoje sobre minha impressão da peça sobre Clarice. Terei que esperar até dia 24/4. No entanto, apesar do mico, será um prazer pisar de novo naquele mosaico e descobrir algum outro detalhe da arquitetura que me escapou nesses anos todos.

Um comentário:

  1. [instante de pureza.] Gargalhada não de tirar sarro, mas de ver e amar todos teus jeitos tão seus. . . amo. muito!

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