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No blogue escrevo meus próprios textos (contos, crônicas, poemas, prosa poética) e também sobre os mais variados assuntos: literatura, cinema, viagens, gastronomia, amenidades, humanidades, música. Tudo que me toca. E que possa tocar os leitores.

quarta-feira, 7 de março de 2012

Um presente que não tem preço: uma tradução de Gil Pinheiro do poema de Paul Verlaine

Estou cansada esta semana. Física e emocionalmente. Mas há coisas boas que vão caindo na minha caixa de e-mails emocionais... podemos chamar assim?
Abro o facebook, e tenho uma mensagem assim de Gil Pinheiro, o querido. Uma tradução de sua espada de samurai, para mim, mas o meu prazer me impulsiona a dividir com todos, cokm o mundo (afinal, tenho meus seguidores da Rússia, acreditam?):

"Sandrinha,

Não gostei da tradução que publicou [ele se refere a "O triste triste etait mon ame, à cause à cause d'une femme", de Paul Verlaine] e, fã do pai dos "maudits", fiz esta versão para você. Se gostar, tem o crédito que lhe faltava. Se não gostar, desça a lenha que não brigaremos por isso. Beijão, moça.


Ah triste, triste, a alma só quer
Chorar, chorar uma mulher

Que o coração abandonou,
Mas sem sossego me deixou.

E a alma e o coração nem sequer
Por perto estão desta mulher

Que o coração abandonou,
Mas sem sossego me deixou.

E assim o coração, sensível,
Pergunta à alma: será possível,

Será possível esta ânsia,
Este penar mesmo à distância?

E a alma responde ao coração:
Sei lá o que causa esta ilusão

De, estando longe, estar tão perto,
Por mais que entremos no deserto.

(Tradução de Gil Pinheiro do poema de Paul Verlaine, "O triste triste etait mon âme, à cause à cause d'une femme", que publiquei em um post da semana passada, e desprovida de uma boa tradução, anexei uma portuguesa ruim, apenas para guiar os leitores...).

Aqui incluo o poema em francês, para deleite da veludez dos sons...

Ô triste, triste était mon âme...

Ô triste, triste était mon âme
A cause, à cause d'une femme.

Je ne me suis pas consolé
Bien que mon coeur s'en soit allé,

Bien que mon coeur, bien que mon âme
Eussent fui loin de cette femme.

Je ne me suis pas consolé
Bien que mon coeur s'en soit allé.

Et mon coeur, mon coeur trop sensible
Dit à mon âme : Est-il possible,

Est-il possible, - le fût-il -
Ce fier exil, ce triste exil ?

Mon âme dit à mon coeur: Sais-je
Moi-même que nous veut ce piège

D'être présents bien qu'exilés,
Encore que loin en allés ?

Paul Verlaine (Romances sans paroles)

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