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No blogue escrevo meus próprios textos (contos, crônicas, poemas, prosa poética) e também sobre os mais variados assuntos: literatura, cinema, viagens, gastronomia, amenidades, humanidades, música. Tudo que me toca. E que possa tocar os leitores.

quarta-feira, 28 de maio de 2014

A mão do tempo e William Shakespeare - Soneto 64

Soneto LXIV

Vendo que a mão do Tempo desfigura
A tão rica altivez dos dias idos,
Que jaz a torre em terra das alturas
Caída, ou o bronze eterno destruído;
Vendo que o mar faminto um dia ganha
Parte ao reino da praia a que vem dar
E no outro o solo a água lhe arrebanha
E ganha a perda e perde por ganhar;
Vendo que é tão comum mudar-se o estado,
Que o próprio estado lembra uma ruína,
Eis que a ruína me tem ensinado
Que o Tempo leva o amor e o amor termina.
Pensá-lo é dor mortal pois só nos cabe
O bem que nós tememos logo acabe.


Shakespeare, William. Sonetos. [Tradução: Jorge Wanderley]. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1991, p. 158.


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