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No blogue escrevo meus próprios textos (contos, crônicas, poemas, prosa poética) e também sobre os mais variados assuntos: literatura, cinema, viagens, gastronomia, amenidades, humanidades, música. Tudo que me toca. E que possa tocar os leitores.

sexta-feira, 9 de dezembro de 2011

Almeida Júnior e a porrada da beleza de Xico de Santos

Xico Santos, quem lê o blogue, sabe que é meu amigo e editor da resistente Altana.
Em resposta a meus post "Um dia só para mim e "Saudade", de Almeida Júnior", de 17 de novembro de 2011, ele comentou (algo que ele já tinha escrito havia muito tempo, ele me contou) com um belo texto, que divido com vocês.

"Deixa te contar:

Sabe essa coisa da “Força da Beleza”... Da “Porrada da Beleza” onde a Elisa Lucinda é magistral?

Então...

Naqueles anos verdes... enquanto crescia e via o mundo... aquele mundinho de menino... aquelas pequenas coisas todas...

Havia algo diferente... que eu não sabia... mas que era diferente!

Umas figuras...

Todos os anos (que àquela época demoravam de fato 365 dias!), a gente ganhava uma “Folhinha de Ano Novo”... Todo ano!

Não mudavam as figuras... elas eram sempre as mesmas... ano após ano, acompanhando minha trajetória de menino pra rapaz... aqueles dias tão iguais...

Aquelas figuras!

Aquela de que mais gostava, não parava de ler o nome... ali... tipograficamente... manchando o papel de baixa qualidade:

Caipira picando fumo Almeida Jr.

Impregnada em minha memória, aquela imagem fazia parte integral e absoluta dos meus dias... da minha vida simples!

Passaram-se os anos... e, embora não goste muito, o outono chegou... trouxe com ele muitas coisas boas, eu sei, estou sendo ingrato...

Ganhei até uma Pinacoteca, reformadinha...

Fui vê-la no primeiro dia de sua reabertura... por motivos que não devo contar aqui... pelo menos, agora.

Entramos... eu e minha companheira... e lá estava “aquilo” – Meu Deus!

Pendia desde o teto, segura por grossas cordas (dessas com que se prendem navios!)... a minha figurinha de infância!

Enorme!... Majestosa!... Indescritivelmente bela!... Quase divina!

A minha figurinha de infância!

Meu Deus! Eu gritei... assustei minha companheira... e chorei... e chorei... e chorei...

Quando consegui me recompor, descobri com espanto, que ao meu redor havia uma dúzia de pessoas que também choravam...

Minha companheira me abraçou com carinho e perguntou: “– O que foi isso?”... Não respondi... porque não sabia.

Hoje, de repente, lhe diria com paz no coração:

“A porrada da beleza!”

xico santos

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