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No blogue escrevo meus próprios textos (contos, crônicas, poemas, prosa poética) e também sobre os mais variados assuntos: literatura, cinema, viagens, gastronomia, amenidades, humanidades, música. Tudo que me toca. E que possa tocar os leitores.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Não tem pré-Carnaval? Pois tem pré-presente de aniversário: lembranças... E isso ninguém me tira

Pois quando eu era bem mocinha, eu fazia de tudo e mais um pouco para brincar o Carnaval e o pré-carnaval, que a gente chamava de "grito" de carnaval...
Meu pai falava assim pra minha mãe: "Essa menina não tem sossego,que história é essa agora de grito de carnaval? No meu tempo só tinha carnaval!"
Tudo isso porque ele tinha aqueles olhos de mar calmo e se propunha sempre a levar e buscar de carro a mim e todas as minhas amigas, morassem onde morassem. Então, eu sempre estava acompanhada por todas elas. E lá íamos nós, em bloco, e passávamos dias antes fazendo a fantasia. Sem grana, tingíamos de preto as cortinas antigas que minha mãe sabiamente havia guardado (se quardava tudo antes), aproveitávamos o véu de noiva da mãe de outra e tingíamos de preto também, um leque pra lá de duvidoso, coxas que ajudavam muito (de fora) e... tcham! Éramos um bloco de viúvas negras...!
Bom, foram anos assim, e fui uma adolescente que deu muito trabalho e ao mesmo tempo pouco, porque era superestudiosa, e por outro lado, às vezes deixava de sair um final de semana todo para ficar estudando literatura ou física! Sem problemas, eu adorava estudar. E ainda gosto. tanto que adoro ler. Até hoje. Não fosse isso, não teria essa profissão...
Tudo isso pra dizer que assim como nos velhos carnavais de minha juventude, hoje é dia 5/12, dia de grito de aniversário, que é amanhã.
Vou me presenteando com pequenos mimos, coisas bem pequenas, mas que me deixam muito feliz. Ontem, me presenteei num post com uma foto do Cartier Bresson: crianças correndo e brincando numa praia.
Me lembrei que meu pai, apesar de durango quando éramos pequenos, sempre nos levava passear, fosse onde fosse, nada disso de ficar fechados nos finais de semana ou férias. Às vezes, sem carro, uma vez me lembro, fomos de trem a Santos... Nada de farofas, que minha mãe era bem estilosa, mesmo viajando de trem, ela fazia a gente ficar no salto. Fomos, e eu era muito pequena mesmo, mas tenho uns flashes... Minha mãe se vestia bem chique, mesmo naquela viagem São Paulo-Santos, apesar da grana curta.
Muito caprichosa, ela desenhava seus vestidos, e os meus também. Tudo costurado nos melhores tecidos e acabamentos, que ela me dizia que tudo tinha sempre que ter ótimo acabamento e ser de boa qualidade, mesmo que fosse simples. Aprendi isso com ela. Se não temos dinheiro pra comprar agora, espera-se e depois se compra algo um pouco melhor. Era assim lá em casa; pouca grana quando eu era pequena, mas tudo bem organizado e arrumado. Havia um planejamento bélico para gastar e usufruir do salário.

Foto de Henri Cartier Bresson.

Mas nunca deixava de viajar nas férias, ou sair nos finais de semana, ir à praia, coisas de criança.... Quando vejo crianças trabalhando penso no quanto foi boa minha infância, só brincar, brincar, correr, quebrar vasos da minha mãe -- e pagar caro por isso! --, andar de bicicleta, brincar de boneca e conjunto de chá...
E a praia... ah a praia... as ondas derrubando e a areia de castelos.

Ella Fitzgerald e Louis Armstrong, na foto.

Então, hoje, no grito de aniversário, me dou de presente uma canção belíssima, de George e Ira Gershwin, numa interpretação que acabei de descobrir no youtube, com Ella Fitzgerald e Louis Armstrong. Quem quiser ouvir a pérola: http://www.youtube.com/watch?v=ma91kie8G3A&NR=1&feature=endscreen
É muito cool, parece que você está sendo levado pela mão pelos dois...
Assim como nesta canção, essas lembranças todas que descrevi, e mais outras tantas de minha vida, que não menciono aqui neste post, ninguém pode tirar de mim, elas estão guardadas aqui, comigo.
Este não é um belo pré-presente de aniversário? Eu digo que é.
They can't take that away from me...

They Can't Take That Away From Me

(George e Ira Gershwin)

The way you wear your hat
The way you sip your tea
The memory of all that
No, no, they can't take that away from me

The way your smile just beams
The way you sing off-key
The way you haunt my dreams
No, no, they can't take that away from me

We may never, never meet again
On this bumpy road to love
Still I'll always, always keep the memory of...
The way you hold your knife
The way we danced till three
The way you've changed my life
No, no, they can't take that away from me
No, they can't take that away from me

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