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No blogue escrevo meus próprios textos (contos, crônicas, poemas, prosa poética) e também sobre os mais variados assuntos: literatura, cinema, viagens, gastronomia, amenidades, humanidades, música. Tudo que me toca. E que possa tocar os leitores.

segunda-feira, 5 de dezembro de 2011

Sem privacidade e sem olhar para trás

(Imagem disponível no blogue de Nizo Neto http://bloglog.globo.com)

O mundo cibernético e moderno é um mundo sem nenhuma privacidade. Depois de um incidente no meu prédio, instalaram câmeras por toda parte, inclusive garagem e elevadores. Meu porteiro agora sempre sabe, apesar do insufilm dos vidros do carro, se subo da garagem sozinha para meu apartamento, ou se chego acompanhada, ou se candidamente chego com minha filha de um programa familiar... ;-)
Sinto a invasão dominar meu mundo, que é um mundo protegido, pois costumo ser discreta, apesar de não precisar esconder nada de ninguém, pois sou livre.
Pois os blogues têm esta ferramenta cruel e ótima ao mesmo tempo, que aponta para os blogueiros as estatísticas. A ferramenta mostra número total de entradas no blogue; número de visualizações de cada post; que países entraram em seu blogue; e por aí vai...
Digo cruel porque acho que quebra de privacidade também em relação a quem entra no blogue... apesar de eu gostar de saber que a Rússia e a Alemanha todos os dias batem ponto no blogue desde setembro, assim como Estados Unidos (quer dizer, acho que batem ponto, porque vejo a entrada diária desses países mais ou menos no mesmo horário), me parece invasivo eu saber disso... Um pensamento dicotômico, porque gosto de saber, e não gosto ao mesmo tempo.
Bem, pois soube hoje, pelas estatísticas, que houve duas entradas hoje mesmo num texto de que gosto muito, no post: quarta-feira, 5 de outubro de 2011, "A vida como ela é".
É um texto que escrevi como se diz "numa sentada", rapidamente, acho que nuns 10 minutos. Revela muito de mim, e um bocado de tristeza por algo que se perdeu. A ambiguidade da mulher alegre que segue o fluxo da vida, determinada a seguir, mas que de repente estanca e ouve seu coração, e então percebe que é muito difícil esconder de si o som dos sentimentos no silêncio...
Mas, leitores, o que seria de nós sem o clamor que gera essa ambiguidade de tristezas e alegrias de nossa vida? Não haveria literatura. Não haveria arte. Não haveria cinema nem as grandes obras. Estamos o tempo todo em luta para ser felizes, para amar, ser amados, conquistar, ter as coisas com que sonhamos, a pessoas que desejamos, a vida que sonhamos... Isso requer energia, certo suor, cansaço, algumas lágrimas, mas ao fim e ao cabo, há sempre uma espécie de alegria de fim de túnel, não importa o desfecho. E é aí que mora nossa felicidade, seja ela enorme, seja ela pequena. Não importa.
Nós vivemos desses quinhões que a vida vai nos oferecendo ao longo do caminho, como se fossem torrões de açúcar, e ela -- a vida -- nos estivesse adestrando: desta vez você mandou bem: três torrões de alegria. Desta vez, foi meia-boca: um torrão!
Pois nesse post de 5 de outubro eu falava de algo que se esgarçava devagar em minha memória, mesmo que a minha revelia... Às vezes, mesmo que queiramos guardar alguma lembrança boa de algo vivido, não é possível. Temos que seguir em frente e deixar aquilo enterrado lá atrás. Não é possível sequer visitar o morto em sua sepultura. Porque seguimos uma estrada sem volta, cujo destino é olhar apenas para a frente e seguir adiante.
Eu em meu post de hoje falei de lembranças de infância e coisas delicadas que não queremos e não podemos perder, que não podem tirar de nós...
Mas há coisas que é melhor esquecer, por melhor que tenham sido. Não importa por quê. Pois cada um de nós sabe bem a dor e a delícia que permeiam seu destino.

Um comentário:

  1. A consciência é uma viagem sem retorno...
    Beijos!
    xico santos

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