Quem sou eu

Minha foto
No blogue escrevo meus próprios textos (contos, crônicas, poemas, prosa poética) e também sobre os mais variados assuntos: literatura, cinema, viagens, gastronomia, amenidades, humanidades, música. Tudo que me toca. E que possa tocar os leitores.

domingo, 29 de julho de 2012

A responsabilidade da conquista


Imagem do livro O Pequeno Príncipe, de Antoine Saint-Exupéry.

Eu li O Pequeno Príncipe quando era muito pequena. Primeiro, meu pai emprestou o livro de alguém do Fórum, onde ele trabalhava e leu pra mim à noite, quando eu ia dormir. Eu meio decorei por causa das falas que combinavam com as imagens; então, passei a todos os dias "ler" e reler aquelas imagens lembrando o que meu pai havia lido para mim. Assim foi.
Eu era muito básica em meus sentimentos e sensações e análise para entender o que se queria dizer ali. Então, entendia como toda criança aquela máximas do Pequeno Príncipe: tudo muito simples, sem grandes desdobramentos.
Esta semana circulou no Facebook uma imagem que traz a frase do livro: "Tu és responsável por aquilo que cativas".
Eu compartilhei (roubei!) de um amigo, e postei em meu Face. E a frase voltou depois de tantos anos à minha mente. Martelou um pouquinho e me lembrei de coisas que me aconteceram e de coisas que causei a pessoas que eu queria bem.
Muitas vezes, eu não entendia esta frase do belo personagem de cabelos loiros e despenteados de St.-Exupéry. Hoje, navalha partindo minha carne, dor que só sente quem tem o fio de metal deslizando na pele, sei bem o que isso quer dizer, assim como todos nós, seres humanos.
Eu mesma, muitas vezes, atraí, de modo leviano, como uma sereia, coisas e pessoas para mim, como um felino que está sem fome e abate uma presa cheia de vida apenas para testar suas garras. Apenas pela confirmação do lustro do verniz do ego. E a seguir, num banzo típico, simplesmente me desvencilhei delas pelo caminho sem nenhum tipo de afeto ou sentimento ou olhar ou cuidado qualquer.
Muitas vezes -- esta é vida como ela é... --, o inverso: era eu nas garras daquele felino sem fome! A seguir, estava em algum número da mesma estrada leviana em que deixei minhas presas. Fiz companhia a eles, e entendi então o que isso significa: a vaidade de atrair e depois simplesmente deixar, como se deixa um prato quente quando não se tem fome (quando inúmeros famintos fariam bom proveito dele).
Não exercer a vaidade de atrair aquilo que não quero. Não quero isso pra mim. Nem que queiram me atrair se não me quiserem.
Falei?

Um comentário:

  1. Talvez o mais difícil seja lembrar-se da responsabilidade, sem, no entanto, deixar de arriscar-se...

    ResponderExcluir