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No blogue escrevo meus próprios textos (contos, crônicas, poemas, prosa poética) e também sobre os mais variados assuntos: literatura, cinema, viagens, gastronomia, amenidades, humanidades, música. Tudo que me toca. E que possa tocar os leitores.

segunda-feira, 30 de julho de 2012

Um doce despertar

Depois de se ter uma ferida curada, é comum que queiramos correr atrás do prejuízo. Que queiramos abrir uma janela em nossa vida e vislumbrar o que se pode fazer com mortos e feridos, tentar corrigir o que é possível e seguir em frente... E que sejamos muito agradecidos a esse movimento do Universo.
Queremos tentar resgatar o tempo perdido em que ficamos reclusos, tentando esconder e proteger aquela ferida, aquela dor, aquela tristeza... Depende da dor de cada um. Depende da capacidade de se expor de cada um. Como a minha capacidade de exposição é breve e pequeníssima, me exponho apenas àqueles em quem deposito extrema confiança. E isso nem sempre é ligado ao tempo de conhecimento, é estranho -- às vezes conheço alguém há milênios, e jamais conto meus tropeços. Outras vezes, conheço alguém há duas horas, e sinto tanta sintonia e confiança naquele ser, que destampo a panela -- e coitado dele ou dela... Conto até mesmo detalhes sórdidos, e aí me sinto livre daquele peso que ardia no tórax.
Pois não é que agora que tive minha ferida cicatrizada, cuidada pela generosidade alheia, agora estou toda exposta, já posso sair de uma caverna imaginária, porque minha ferida não sangra mais. Posso mostrá-la sem nenhum prurido. Apenas ficou uma cicatriz. E toda cicatriz tem sua beleza, porque significa que você se expôs à vida, viveu...


Um doce despertar...

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