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No blogue escrevo meus próprios textos (contos, crônicas, poemas, prosa poética) e também sobre os mais variados assuntos: literatura, cinema, viagens, gastronomia, amenidades, humanidades, música. Tudo que me toca. E que possa tocar os leitores.

quinta-feira, 26 de julho de 2012

Maneire na condução


Antes de tudo, acesse o Youtube: http://www.youtube.com/watch?v=WLxw8SGA_ew
(É uma delícia ouvir Tulipa nesta canção, nesta dança...)
(Tulipa, no CD Efêmera)


"Só sei dançar com você/
Isso é o que o amor faz (...)."

Nessas coisas de amor, não adianta dizer que é tudo tranquilo. Não é.
Nós dançamos muito tranquilos quando o coração não dispara, quando a adrenalina está em níveis de normalidade, quando não acelera nem aumenta a temperatura, quando as pupilas ficam bonitinhas sem dilatar. O amor, meu caro, é um corcel bruto, enraivecido, preso numa cela estreitíssima que o enlouquce, pronto para fazer estragos no seu coração assim que for solto. Ele dispara quando menos se espera, sem aviso prévio, batendo seus cascos duros nos lugares mais frágeis do nosso coração.
Você está lá bonito, dando seus passos certinhos dentro do cercadinho que construiu para si, racional, defensivo, achando que está controlando tudo na sua vida. De repente o corcel -- sim, ele, o amor -- se solta, tresloucado, escoiceia sua resistência, que cai por terra, joga você no chão, em geral de joelhos -- Napoleão perdendo a guerra --, e o arrasta, suas mãos marcando a resistência na areia, e quando você deu conta está em posição de prece maometana, jurando amor, fidelidade, chorando por migalhas jogadas do alto, escrevendo poemas que serão enviados, mas nunca lidos, os olhos brilhantes, o sorriso de bobo da corte, fazendo planos -- mesmo que o outro sequer o esteja vendo, ou simplesmente o despreze... :-((((
Mas, às vezes, é diferente... É suave... O outro, por obra do destino, também é arrastado na corda desse corcel ensandecido. E pode ser que esse alguém tenha o dom do controle dessa dança que é o amor. Então, se percebo esse bônus, sempre peço: "Maneire na condução, please"... Aí o corcel nos leva lentamente, como se fosse um barco, por esse terreno sagrado, divino, rubro, repleto de estrelas, "chão de estrelas" onde dançamos, onde conduzimos um ao outro na coreografia profana do amor.
Maneiramos na condução, e o amor tem seus ganhos: é como se fosse um doce delicioso da infância, que comemos lentamente, deixando o melhor para depois...
Falei? :-)))

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