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No blogue escrevo meus próprios textos (contos, crônicas, poemas, prosa poética) e também sobre os mais variados assuntos: literatura, cinema, viagens, gastronomia, amenidades, humanidades, música. Tudo que me toca. E que possa tocar os leitores.

domingo, 5 de agosto de 2012

Let's get lost!


Para ouvir "Let's get lost", com Chet Baker, acesse o YouTube: http://www.youtube.com/watch?v=Q0ZBaZoBCaA




Me disseram que, em meu último post, meu conto "Caminhos paralelos" é muito triste. Devo confessar que não considero triste. Não sei se sou insensível, mas a vida foi me mostrando fatos e me parece tão comum esse tema dos desencontros, dos fragmentos, de vivermos ilhados nas megalópoles e por um átimo estarmos sempre em estado de perda e suspensão, em estado de por um fio e distante de algo que desejamos muito. Como duas mãos que se parecem estão próximas de saberem disso, estão para se tocar e de repente algo as faz desviar para sempre...
Desde que assisti ao filme "Amores expressos" isso ficou muito claro para mim, passei a entender melhor os desvãos da distância entre querer e acontecer, entre o instante em que alguém me deseja, me cobiça, e meu instante, meu momento, que talvez não seja este. E vice-versa, claro.
Nem sempre temos o que queremos, no momento em que desejamos, e nem sempre o instante nos favorece.
Nem sempre acho triste tudo isso. Na minha racionalidade, acho que faz parte da vida e da matemática do Universo. Sim, tem uma matemática por trás disso.
O desfecho do meu conto, depois de uma narrativa cheia de encanto e de desejo realmente é um recuo. Mas a vida dos personagens segue para fora do papel, para fora daquele tempo. E fora dali, eles têm o livre-arbítrio de encontrar outros desejos, outras pessoas, e têm a chance de ser felizes também. Todos temos. Aí está o grão da felicidade: buscar o nosso quinhão, onde ele estiver.
E para que meus leitores que sentiram-se porventura tristes com o desfecho do meu conto, neste domingo friozinho eu dedico esta bela canção: "Let's get lot", meus amigos.
Com Chet Baker, claro, o mais louco de todos os loucos.
Vamos nos perder, para poder nos encontrar na felicidade que nos pertence.

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