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No blogue escrevo meus próprios textos (contos, crônicas, poemas, prosa poética) e também sobre os mais variados assuntos: literatura, cinema, viagens, gastronomia, amenidades, humanidades, música. Tudo que me toca. E que possa tocar os leitores.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

"Um verão escaldante" e uma situação na sala de cinema

Para ver a crítica de "Um verão escaldante" acesse o site Omelete: http://omelete.uol.com.br/cinema/um-verao-escaldante-critica/

Fui assistir a Um Verão Escaldante (Un Été Brûlant, 2011), filme do diretor Philippe Garrel. Admiradora do cinema francês, gosto daquela câmera lenta, daquelas cenas silenciosas em que qualquer alfinete que caia na sala do cinema pode ser ouvido, dos closes eternos, das cenas eternas, do corpo nada perfeito das atrizes...
Monica Belluci está maravilhosa. Linda. Gostosa. Aquela boca que sempre pede um beijo. Mas sobretudo neste filme ela está febril, sedutora. E atenção para uma cena de uma festa em que ela dança, sensual como uma sereia saída das águas, arrebanhando homens e mulheres. Inesquecível. Impagável. Uma das cenas mais sexy do cinema. Ela está belíssima dançando de costas num tomara que caia preto.
Bem, tudo certo. Já viram que sou entusiasta de Monica Bellucci, a bela, e do cinema francês.
Mas houve uma situação que me constrangeu muito no cinema naquele dia. Em geral, esse público de cinema francês é mais silencioso que o normal (que anda bem barulhento, diga-se de passagem). Bem, como fui convidada para ir ao cinema e me pediram para escolher o filme, até aí tudo certo. Cumpri meu papel. Mas eis que, isso eu não sabia, meu acompanhante não entendi bem por que, começou a me fazer perguntas durante o filme -- um filme tenso, silencioso...
Isso me causou contrangimento e certa aflião e tensão. Eu costumo ser muito silenciosa no cinema, e se tenho que comunicar algo falo bem baixinho no ouvido da pessoa para não atrapalhar quem está sentado perto de mim... Quando estão falando alto perto de mim, reclamo e digo que estão incomodando. Acho extremamente deselegante falar durante a sessão do filme. Eis que nesse dia que me acompanhava fazia perguntas sussurradas (detalhe: desnecessárias), mas num tom que era possível ouvir e incomodar ao redor. Eu comecei a ficar tensa... Depois de várias falas, tive que ser desagradável, e joguei meu cotovelo para o braço da poltrona da esquerda, assim ficaria totalmente longe e seria difícil a comunicação... Talvez ele entendesse o sinal! Pensei! Mas não, ledo engano.
Depois de uns quinze minutos, mais uma pergunta. Não tive dúvida: disse que a gente tinha que ficar quietinho, porque estávamos incomodando a galera ao redor com a conversa... Foi muito chato. Depois dali atuei como uma dama. Saímos, café, conversa, tudo certo. Voltei pra casa com a sensação de que não rolaria mais nenhum cinema depois disso. Nem um, nunca mais.
Recebi alguns torpedos e telefonemas. Respondi e fui simpática, porque essa é minha natureza, não consigo ser direta e sincera, infelizmente. Mas depois, não atendi mais aos telefonemas e não respondi mais aos torpedos. Achei por bem que minha sinceridade tomasse esse formato.
Eu tenho pensamentos e sentimentos confusos. Sou confusa quanto ao que quero; tenho recaídas e às vezes não quero mais depois... Mas há coisas que uma mulher sabe que não quer mais experimentar na vida. Certamente, isso eu sei bem que não quero mais.

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