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No blogue escrevo meus próprios textos (contos, crônicas, poemas, prosa poética) e também sobre os mais variados assuntos: literatura, cinema, viagens, gastronomia, amenidades, humanidades, música. Tudo que me toca. E que possa tocar os leitores.

quinta-feira, 2 de agosto de 2012

Roland Barthes, a primavera e o amor

Olhando minhas estatísticas do blogue de hoje, vi que: Alemanha, Rússia, Estados Unidos e Brasil ficaram antenados em alguns textos. O engraçado, ou interessante, é que em todos esses textos visualizados o tema, em algum momento, é o amor. Pincei um deles, que escrevi no dia 12 de junho, e resolvi (re)postar hoje, já que estamos caminhando lentamente para a primavera, e este foi um dos textos mais acessados dos últimos tempos.
Espero que gostem do calorzinho metafórico que ele traz: a primavera delicada e o calor tênue do sentimento (o amor), esse nosso companheiro sagrado ao longo da vida. Esse que, apesar de alguns momentos não termos próximo, procuramos, com a calma dos sábios -- toda a paciência, pois um dia ele virá. Enquanto isso, vamos brincando com brinquedos sutis...


terça-feira, 12 de junho de 2012
Roland Barthes, a Primavera e o amor

"(…) No encontro, maravilha-me o fato de ter achado alguém que, com pinceladas sucessivas, e cada vez mais bem-sucedidas, sem falhas, conclui o quadro da minha fantasia; sou como um jogador cuja sorte não se desmente e faz com que ele ponha a mão na pequena peça que vem, já na primeira tentativa, completar o quebra cabeça de seu desejo. É uma descoberta progressiva (e como que uma verificação) das afinidades, cumplicidades e intimidades que poderei manter eternamente (…)" (Roland Barthes, in Fragmentos de um discurso amoroso)

É inverno. Incólumes a qualquer estação, sentimentos calorosos neste exato momento estão nascendo pueris, ou terminando, morrendo, ou em crise, numa pausa estratégica ou simplesmente há aqueles que querem estar solteiros por opção.
Não importa: dentro de nós há sempre uma senda, uma fissura, uma fenda, uma fechadura, e por ela transitam nossos melhores sentimentos -- os afetos que dedicamos aos outros. Seja namorado. Seja um ficante. Seja um amante. Seja companheiro eterno. Seja pai e mãe. Seja filho ou filha (que é o meu caso, não é doce dádiva, Isadora, o presente de Ísis?). Sobrinha (como é meu caso, não é Anabela querida?). Irmão ou irmã (minha doce Mary e sua delicadeza e constância). O nosso dog ou cat ou bird. Estamos sempre renascendo por meio do amor. E do cuidado que ele faz que tenhamos para com o destinatário desse nosso sentimento. "O amor está fora de moda", me disseram. Mas quem não gosta de usar um modelito vintage? Fora de moda ou não. Artigo de brechó ou simplesmente fluxo natural daqueles que não têm medo de si nem do outro. Não importa o tipo, ou a quem o dedicamos. Amar nos tira desse lugar de saara humano e nos eleva à condição de renascer, sempre, ampliar o sorriso e usufruir daquele brilho que só os que amam podem ter...
A primavera ainda não chegou para nós, mas para quem ama (ou está apto a amar), como eu, você e tantos outros, ela tem seu lugar reservado o ano todo.

Primavera

Leve torpor nos sentidos.
A natureza: luz delicada
e cores recém-nascidas.
No mundo dos homens, alvoroço.
Tudo pode acontecer --

Ao chegar, estarei pronta.
E direi as palavras mágicas:
Pode entrar.
Na minha casa.
E no meu coração.

(Do meu minilivro 4a estação, de dezembro de 2011. Projeto gráfico, claro: Raquel Matsushita.)

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