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No blogue escrevo meus próprios textos (contos, crônicas, poemas, prosa poética) e também sobre os mais variados assuntos: literatura, cinema, viagens, gastronomia, amenidades, humanidades, música. Tudo que me toca. E que possa tocar os leitores.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

Das coisas mais belas da vida

A música é uma das coisas que me tiram da minha condição mundana. É como se ao estar tomado pelas notas, estivéssemos conectados a uma dimensão desconhecida. Lembro das vezes que fui ouvir algumas peças na igreja de Saint-Martin in the Fields, em Londres, e agora, recentemente, numa pequena igreja perto de Notre Dame, em Paris. Não entendo de música clássica, mas sou uma ouvinte respeitosa e sensível, e fico ali atenta, tomada por aquele som que adentra os sentidos, e quando você menos espera sequestra seu coração. Uma emoção inesperada toma conta, e você pensa: de onde veio isso? Fico sempre emocionada com os acordes mais arrebatados, e penso nesses momentos como é bom estar viva, estar ali naquele lugar, e poder fazer parte daquilo. Naquele exato momento penso que nasci para me dirigir àquele concerto, porque a vida torna-se belíssima com a música e a emoção que ela provoca.
Saio sempre de um concerto ou de uma ópera emocionada, a sensação de que ali, naquela igreja simples, bancos duríssimos, em que paguei 3 euros para entrar, eu poderia passar minha vida ouvindo aquelas notas, noites a fio. Depois, casaco para enfrentar a neve lá fora, levaria nos ouvidos e no coração todos aqueles sons. É inverno, mas aqui dentro são só acordes, música, instrumentos, e meu coração batendo forte. Um calor que faz esquecer a temperatura, como se uma lareira aconchegante se instalasse em mim, eu me sentasse confortavelmente e em paz comigo e com tudo e pudesse conversar com deus. Uma espécie de oração mediada por um sentimento que só a música com seu poder é capaz de provocar.
Mas não só de música clássica vive o homem... Nova Orleans que o diga! Dos meus ouvidos, do meu sentimento, não saem jamais uma canção belíssima, uma das mais lindas que já ouvi: "In a sentimental mood", do grande Duke Ellington, interpretada por ele e o meu preferido no sax, o inesquecível John Coltrane. É para jamais esquecer esse piano, esse sax. Nem dos ouvidos, nem do coração.
Quem viver, verá, é só acessar o youtube... e se emocionar.
(http://www.youtube.com/watch?v=sR13ECD71xU)

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