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No blogue escrevo meus próprios textos (contos, crônicas, poemas, prosa poética) e também sobre os mais variados assuntos: literatura, cinema, viagens, gastronomia, amenidades, humanidades, música. Tudo que me toca. E que possa tocar os leitores.

sábado, 10 de setembro de 2011

Na esteira do Restaurant Week

Ano passado postei em maio Educação, em que falava, entre outras, coisas do Restaurant Week.
Não foi uma boa experiência na verdade. A comida não estava nada boa, apesar do bom restaurante. O serviço praticamente nos empurrou mesa afora para dar vazão ao público que esperava lá fora, o público de dentro era voraz e barulhento. Acabei parando por ali.
Neste ano, foi tudo diferente.
Fui ao La Marie, um restaurante supergostoso em Pinheiros que já conhecia. Tinha ido há algum tempo com uma amiga, e fomos tão acarinhadas pelo bom tratamento do dono, ganhamos um drinque delicioso, fomos perguntadas sobre nossa entrada, nosso prato, nosso café... Resolvi voltar. E, ontem, era dia de Restaurant Week.
Chegando lá, havia lugar. Milacro! Duas mesas vagas dentro. E três mesas ainda estavam solitárias fora. Nem acreditei!
Pensei: bem, pode ser um mico. de repente o serviço será superfast se eu pedir o menu do Week.
Olhando o cardápio, eu ia pedir uma salada, fora do menu do Restaurant Week, porque é um costume meu comer saladas à noite. Mas... quando vi o menu do prato quente, desisti de minha doce e frugal salada. Lagosta mediterrânea...
Uma caminha de purê de batatas, coberta por legumes delicados, tudo isso coroado por nossa áurea lagosta aos pedaços. Fazia muitos anos que não comia lagosta. Resolvi interromper esse jejum.
A entrada: ostras com um creme delicioso de espinafre gratinado servido nas conchas... Não sou fã de ostras, portanto, apenas provei um pedaço de uma delas e ofereci as outras. Ham! Comeram rapidamente minha oferta...
Pedi um vinho italiano, uma taça apenas pra acompanhar esse momento tão bom do dia: depois de trabalhar muito, é muito poder se sentar num restaurante, conversar, tomar uma taça de vinho ou qualquer outro etílico, comer algo que caia bem (não precisa ser grande quantidade, que nem gosto de comer muito). Mas estar num bar ou num restaurante numa sexta à noite, ver as pessoas com aquela cara boa de "enfim é sexta" faz muito bem ao coração.
Há conhecidos no restaurante. Uma conversa rápida se trava, e surge o tema das Intermédicas, torneio de medicina anual. Relembro que participei, que estive naqueles alojamentos terríveis e comi daquela comida bem terrível também. Aí me perguntam: você é médica? Não, eu fiz apenas um ano de medicina. Hoje faço outra coisa... Mas, tive que adverti-los de que não participei de nenhuma prova atlética, pois não tenho aptidão para esportes. Fui convidada para ir como torcida! Eu devia ser muito animada aos 22 anos...
Bem, voltando ao La Marie, o serviço foi feito com calma. Não fui apressada a sair da mesa como no ano passado no outro restaurante, nem o público gritou improprérios como no Itaim Bibi...
O vinho recomendado estava delicioso, tomei devagar, para apreciar cada nota. Eu não entendo nadinha de vinho, mas que senti um fundinho de "apimentado", senti... que me perdoem os "connaisseurs" essa minha linguagem tosca.
Terminado o vinho com calma, a conversa se estendeu solta, gargalhadas e casos foram contados. Tivemos que lembrar o garçom de nossa sobremesa, que fazia parte do menu do Week. Nesse ponto, já havia uma ou duas mesas vazias lá dentro. Ele trouxe. Uma sobremesa de coco deliciosa, numa pequena taça (sim, porque coisas gostosas têm que vir em pequenas doses mesmo). Pedi meu espresso curto, que é minha tradição.
Ele veio na medida.
Portanto, nada como o tempo para desfazer impressões ruins. Neste caso, do Restaurant Week do ano passado...
Voltei no caminho para casa vendo a Lua que estava linda. Pensei: como é bom não dirigir e ser passageiro às vezes, poder ser observador.
Começou a chuviscar e o efeito do vinho com todo esse néctar e ambrosia naquelas mais de duas horas no La Marie me fazem sentir uma Vênus. Posso qualquer coisa, como Vênus, como Psiquê, como qualquer mulher...

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