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No blogue escrevo meus próprios textos (contos, crônicas, poemas, prosa poética) e também sobre os mais variados assuntos: literatura, cinema, viagens, gastronomia, amenidades, humanidades, música. Tudo que me toca. E que possa tocar os leitores.

quinta-feira, 6 de outubro de 2011

Sobre outdoors, nocautes e bichos da seda

Sábio, um bicho da seda
me enrosca com seus fios
delicados e
suaves.
Carimba labirintos
e minotauros,
Ariadnes,
sabe o que faz.
Vai me conhecendo
no sentido bíblico.

Gosto:
novidade,
textura,
suavidade,
com a força
do cromossomo Y.
Enfim,
um tempo
diverso.
Vou me enroscando.

Sons sibilares, miados,
cricris de floresta,
rastejar de feras.
É tudo novo
e deliciosamente
úmido,
como depois da chuva.

Pronto!
Preparo meu bote
de tigre,
cravo minhas garras
sobre a presa.


O abismo insólito
onde se atiram juntos
homem e mulher
(ou Y e Y, ou X e X)
está a um passo.
Mas um clarão
interrompe
meu jumping.
Recuo
minhas garras.
Todo meu ser
é um grande outdoor
urbanoide --
sua marca
seus vestígios.


Então me apresso
e fujo,
como aquele homem
que quer devorar
o anúncio
de lingerie
longe das vistas
da amada.

Quero distância,
corro, táxi,
me atiro,
e na solidão sentir
as feridas ressentidas
diante daquela celebração.
As feridas se abriram.

O bicho da seda,
fios delicados nas mãos,
ficou sem entender:
como sua sabedoria
milenar
não produziu
seus efeitos nesta mulher...

É simples:
o outdoor nocauteou
seu doce veneno.

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