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No blogue escrevo meus próprios textos (contos, crônicas, poemas, prosa poética) e também sobre os mais variados assuntos: literatura, cinema, viagens, gastronomia, amenidades, humanidades, música. Tudo que me toca. E que possa tocar os leitores.

terça-feira, 15 de novembro de 2011

A alegria que lembra a dor...

Iniciei feliz e alegre esta minha nova seção de dicas de literatura. É muito bom poder dividir e receber essas coisas boas que são a arte, a literatura, o teatro, o cinema, e tantas outras coisas que nos resgatam dessa máquina de destruir que é o cotidiano.
Adoror trocar, mostrar, receber, gosto que me leiam textos em voz alta, que me enviem para eu emitir alguma opinião. Isso é um prazer, sempre, em minha vida.
Mas devo confessar que ao transcrever o poema de Raymond Carver do post anterior "Tarde da noite com névoa e cavalos" (não me lembrava mais o teor, pois fazia dois anos que não o lia novamente... a chuva que cai lá fora cai agora dentro de mim. Me lembro da minha própria separação, que apesar de bem superada, teve as mesmas tintas de cenário descritas neste poema de Carver. Estávamos na sua sala. Não havia cavalos, nem polícia, nem outra pessoa, nem telefonemas. Mas dizíamos adeus e a perda ressoava nos ouvidos, havia névoa lá fora, havia se vivido uma história juntos, não se podia dar um passo, lágrimas caíam de ambas as partes. O abraço estava cheio de paixão e lembrança, algo chegara ao fim. Ao fim. Sem volta. Ficamos ali muito tempo naquele abraço infinito, e eu tive que dar o primeiro passo corajoso: "Tenho que ir", e me desvencilhei forçando os músculos, os meus, e os dele, do abraço agarrado que não queria se desfazer. "Cuide-se", eu disse. Foi só o que consegui dizer. Ele ficou olhando de olhos aquosos e vermelhos eu ir embora, infinitamente, mas eu, olhos enxutos, já acostumados a sofrer, não olhei nunca mais para trás...

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