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No blogue escrevo meus próprios textos (contos, crônicas, poemas, prosa poética) e também sobre os mais variados assuntos: literatura, cinema, viagens, gastronomia, amenidades, humanidades, música. Tudo que me toca. E que possa tocar os leitores.

terça-feira, 22 de novembro de 2011

"Milongas de gaveta", e o Soneto 61 do Bardo

Hoje acordei pensando nos amigos...
O primeiro deles que me veio à mente foi o querido, sensível, carinhoso, de olhos de horizonte, ao qual devo tantos elogios (será que mereço tantos?) Gil Pinheiro.
Gil chegou daquele jeito gostoso que eu adoro, pelas mãos de outro amigo, que conheço desde os 15 anos, Neldson Marcolin. Adolescentes daquela geração que devorava livros e gastava canetas Bic escrevendo sobre angústia, poemas, existência, autores, passamos a vida trocando cartas, nos trombando e desencontrando. Eis que a vida nos fez reencontrar e ele trouxe consigo Gil. E, em minha sala de que ele tanto gosta, pudemos chutar a bola no 1o tempo para ele pôr suas belas traduções na rede, para que nós, seus leitores, pudéssesmos desfrutar de seu bom gosto e sofisticação na escolha do léxico, da sintaxe, das minúcias, das rimas, ou da escolha da não rima, que seja!
Sorte nossa!


Deixo aqui o registro de um deles que mais gosto, o Soneto 61 de Shakespeare.

SONETO 61

É teu desejo que esta imagem tua
Me venha à noite as pálpebras abrir?
Que meu descanso e lassidão destrua
Na sombra incerta em que te vejo a rir?
Será que é teu espírito que envias
De tão longe de casa a me espreitar,
A ver se em erro ou ócio acha meus dias,
A fim de teu ciúme alimentar?
Não! Teu amor não é tão grande assim!
É meu amor que os olhos me arregaça,
E, verdadeiro, a meu torpor põe fim,
A especular de tudo que te passa;
Pois que te vejo a andar a céu aberto,
De mim distante e tantos outros perto.

William Shakespeare
(tradução: Gil Pinheiro)

* O endereço do blogue das traduções de Gil Pinheiro é: http://milongasdegaveta.blogspot.com

Um comentário:

  1. Sandrinha,

    Você está virando mestra na arte de botar um obstinado tagarela sem palavras. Certo, mas, se vai pôr meus elogios sob suspeição, não escrevo para você, escrevo para sua sala:

    recesso onde levita
    uma vida ao pé da letra,
    mas letra que vai à vida
    e tira a vida de letra.

    imo em que se aconchega
    entre moles e maciços
    a uma canção de fundo
    o fundo do coração.


    Beijão, moça bonita.

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