Quem sou eu

Minha foto
No blogue escrevo meus próprios textos (contos, crônicas, poemas, prosa poética) e também sobre os mais variados assuntos: literatura, cinema, viagens, gastronomia, amenidades, humanidades, música. Tudo que me toca. E que possa tocar os leitores.

domingo, 20 de novembro de 2011

Inferno astral: the end of the road e o poeta sevilhano António Machado

Uma coisa boa do inferno astral é que ele vai indo embora devagar, e desaparece antes do aniversário. Isso sempre acontece comigo.
Então, como os caros leitores têm percebido, imagino, o "ranço" e o "mimo" estão sendo enterrados diariamente um pouco mais. cada dia, uma pá de terra maior os encobre.
Exista ou não exista inferno astral, eu tenho uma crisezinha existencial antes do niver. E ponto. E sempre a chamo 'inferno astral'. E me deem licença de chamá-la como eu bem entender. Porque às vezes fico meio farta da minha racionalidade e meu bom senso e de meu autocontrole e de meu apego à ciência e aos fatos e argumentos da razão. Preciso de às vezes fugir, mesmo que de mentirinha, por umas veredas mesmo que sejam de um falso misticismo...
Eu sou ambígua, como todos os seres são. Mas algo em mim pende para o sensato. Tento o tempo todo controlar tudo com a razão. Isso me requere muita energia. Dá um cansaço. E às vezes me tira boas oportunidades de ver outras facetas da vida. Também tento ser diplomática em tudo. (Mesmo que, às vezes, depois de tentar ser diplomática demais e o outro ultrapassar todos os meus limites, eu perca completamente a delicadeza, e pareça uma fera. E depois disso, esqueço que esta pessoa existe. Este é uma grave defeito meu. Não sinalizo, e as pessoas, quando veem, são postas para fora de meus domínios sem entender bem por que estou tão irada e as empurrando para fora da minha vida para sempre. Corto os laços. Mesmo!
Mas estou tentando mudar isso... Mudar faz parte de amadurecer. E sinalizar nossos limites é fundamental para manter saudáveis as relações.
Agora que estou chegando perto de meu niver, vou pensando nas coisas que posso fazer. Uma festa? Um petit comitê? Nada? Uma esbórnia no Baixo Augusta? Simplesmente easy rider e jogar meu relógio para trás e sair sem contar o tempo?
Fecho os olhos. Não quero saber de futuro. Giro a ampulheta. Só há esses mínimos grãos de areia a escoar esse microtempo presente e próximo. O resto: passado vivido e o incerto a se viver.
Vou trilhando com meus passos o caminho.
Afinal, sigo a certeza de António Machado (1875-1939), o poeta sevilhano: "(...) Caminhante, não há caminho, o caminho se faz ao caminhar."
Sagitariana, calço as botas de aventura, e sigo a trilha. Não sei onde vai dar. Mas confio na sorte e no meu taco de resolver grandes problemas, de escolher boas veredas, e, se por acaso, mal escolhidas, de me safar ilesa delas.

Nenhum comentário:

Postar um comentário