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No blogue escrevo meus próprios textos (contos, crônicas, poemas, prosa poética) e também sobre os mais variados assuntos: literatura, cinema, viagens, gastronomia, amenidades, humanidades, música. Tudo que me toca. E que possa tocar os leitores.

domingo, 6 de novembro de 2011

Subterrâneo

Como no metrô de Nova York, algo mora em meu subterrâneo. Ali se aquece, ali se esconde, ali se alimenta, espera se regenerar, recuperar sua identidade, para poder renascer e ressurgir. Como se fosse um mendigo. Inoculado ali, circula em andrajos, meio machucado, claudicante, a esmolar uns trocados de sentimento e afeto, carinho e toque. Mas nesse processo kafkaniano estranho, insetívoro, asqueroso talvez, ele se refaz dia a dia. Não há luz ali, mas há luz nele, esse grande sentimento que circula nas galerias, esquecido por um tempo, para que se renove e se recupere da sua dor. Devagar, ele vai voltando sua memória-mosaico, tão típica desta mulher que vive intensamente seu mundo, seus amores, suas paixões. Tão intenso, que intenso também é o revés. São tantas as imagens, tão grandiosas, tão coloridas e iluminadas, que é preciso uma lavagem cerebral para que o pobre se recupere nesse processo.
Ele caminha devagar e a luz um dia lhe chegará aos olhos. Então, será dia de festa, o tampo se abrirá para sua saída magistral, e o amor voltará a fazer parte desse corpo, dessa alma, desse coração. Tão típico dessa mulher, que não sabe viver sem a intensidade do sentimento.

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