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No blogue escrevo meus próprios textos (contos, crônicas, poemas, prosa poética) e também sobre os mais variados assuntos: literatura, cinema, viagens, gastronomia, amenidades, humanidades, música. Tudo que me toca. E que possa tocar os leitores.

quarta-feira, 23 de novembro de 2011

Além de olhos de horizonte, tradutor e poeta

No meu post de 22 de novembro, "Milongas de gaveta" e o soneto 61 do Bardo, eu disse que acordei pensando nos amigos. O amigo do dia era Gil Pinheiro, o querido.
As pessoas chegam à nossa vida de muitas formas, e muitas vezes se vão também, para depois voltar. Algumas vezes, ficamos sabendo o motivo daquela partida, outras vezes, não. Apenas abrimos os braços, colocamos aquele rosto conhecido entre as mãos, e seguimos, como na música de Chico: "não diremos nada, nada aconteceu". Seguimos em frente.
Mas o assunto aqui é que naquele post eu falava da entrada de Gil em minha vida, na verdade, no outono de minha vida. E desse sentimento de tê-lo recebido inteiro: com todos os seus poemas, suas traduções, seu conhecimento de biblioteca, suas palavras, suas letras, sua sensibilidade, tendo chegado justamente aqui, onde é bem-vindo, com todo seu arsenal. Como se fosse um guerreiro, recebido com urras e glórias numa fortaleza medieval. É mais ou menos isso.
Bem, tudo isso pra dizer que, em resposta a meu post, o 'guerreiro' de palavras e sintaxe de lâmina afiadas golpeou este poema, que faço questão de dividir com vocês. Belíssimo. Sintam na pele, na mente, no corpo, no coração...
Gil, vou ter que citar Drummond: "A você, obrigada. Essa palavra-tudo." (Se é que me entende.) Permaneça.

recesso onde levita
uma vida ao pé da letra,
mas letra que vai à vida
e tira a vida de letra.

imo em que se aconchega
entre moles e maciços
a uma canção de fundo
o fundo do coração.

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