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No blogue escrevo meus próprios textos (contos, crônicas, poemas, prosa poética) e também sobre os mais variados assuntos: literatura, cinema, viagens, gastronomia, amenidades, humanidades, música. Tudo que me toca. E que possa tocar os leitores.

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Perdizes, Pompeia, Lapa e Buenos Aires, tudo numa noite só

Acabo de chegar em casa, são 23 horas.
Rodei a cidade. Parei no bairro da Pompeia para fazer uma compra, dali foi um pulo ir à Lapa num restaurante que se chama Mediterrâneo, um pequeníssimo restaurante com cara de Eurpora no verãO. Não conhecia, me levaram para conhecer. Mas não entramos, deixamos para outro dia, porque ou você faz uma coisa ou faz outra.
São Paulo é um mundo...
Ali é uma Lapa diferente da minha infância e adolescência, dos sobradinhos e das pessoas com sobrenomes italianos e do longo trajeto do ônibus Penha-Lapa (uma lenda viva e urbana) que tomei tantas vezes quando era jovem para chegar a tantos lugares de São Paulo...
Ali, perto desse restaurante um pouquinho sofisticado, há prédios de construção de primeira, ao redor há suporte de um comércio para pessoas 'diferenciadas', escolas bacanas, as ruas não são esburacadas, há boa iluminação. É outra Lapa, diferente da Lapa que minha memória registrou e das histórias que meu pai contava...
Da Lapa chique do Mediterrâneo, fui dar numa pizzaria num outro ponto menos sofisticado, mas também da Lapa, numa esquina arredondada que me lembrou um ponto do bairro de Pigalle, em Paris, quando fui a última vez -- havia um restaurante numa curva também. Há lenha na porta, e a pizza é ótima, e barata. Delícia! As pessoas se conhecem, vão chegando e se cumprimentando, coisa de bairro mesmo, essa sim, a Lapa que eu conheci -- casas térreas, mais simples, classe média, e gente que prefere comprar na mercearia do fulano a ir aos megasupermercados...
Bem, pizza mangiatta, tutti buona genti, agora é hora daquele espresso do qual não abro mão, mas tem de ser num lugar em que seja bem tirado, forte, encorpado, e que o pó seja de boa qualidade.
Deixamos a Lapa dos italianos do início do século XX -- os Genaros, as Giulianas, os Giuseppes, os Ettores e tantas pessoas que ali fizeram sua vida -- para procurar o aroma profundo de um bom espresso bem tirado.
Quando me dei conta, estava na rua de minha casa, no Blu Bistrô, um café delicioso, além de um menu maravilhoso também, do qual não abro mão sempre que posso.
Café fumegando na xícara, o meu sempre tirado curto, que é minha tradição (como diz meu pai; e sou igualzinha a ele, e fazemos aniversário juntos agora em dezembro, eu dia, 6, ele, dia 8), sinto um não sei quê portenho. Onde estou? São Paulo? Ou Buenos Aires?
Dois músicos interpretam tangos desses grupos modernos de Buenos Aires que 'refrescaram' o tango tradicional e deram nova roupagem, com tons eletrônicos, como Hybrid tango, Otros Ayres e outros. O clima do bistrô é europeu e a música me faz lembrar das minhas andanças pela capital portenha, os cafés deliciosos e as caminhadas naquela cidade boa de se caminhar.
Minha noite começou em Perdizes para terminar em Buenos Aires... E um café delicioso me espera convidativo em minha xícara.
A vida é bela, meu inferno astral é um fiapo, amanhã é dia de passar a manhã com minha sobrinha adorada (!!eba!), à noite tem programação com miau e depois vou ao bar de Marcinha (Os Parlapatões) e certamente rir muito de suas piadas stand-up comedy "Vila Maria".
Meus caros, São Paulo é uma festa! (Paris também já foi um dia, já dizia Ernst Hemingway...)

2 comentários:

  1. Tomara, Anaïs, que São Paulo seja mesmo a festa que Paris já foi. Então a tarefa é nossa agora. Vamos desovar os textos, tintas, canções,ideias. Vamos universalizar esta festa. Não vamos deixar que ela se arraste no tantã de um pagode de quintal, non é vero?

    Evoé!

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  2. Ernst, dizem que a mulher faz o homem, ou o homem faz a mulher... Pois nós é que faremos São Paulo. Comecemos nós... Beijo de Anaïs
    * Cadê nosso amigo, aliás, ele sumiu!! E nossos encontros? Ai, se não é Anaïs marcando, fala sério...

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