Quem sou eu

Minha foto
No blogue escrevo meus próprios textos (contos, crônicas, poemas, prosa poética) e também sobre os mais variados assuntos: literatura, cinema, viagens, gastronomia, amenidades, humanidades, música. Tudo que me toca. E que possa tocar os leitores.

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

A seção "Pensando nos amigos". Hoje é dia de Xico Santos

Hoje acordei pensando em Xico Santos, o editor da resistente Altana.
Estivéssemos em Paris, Altana se chamaria La Resistance, tamanha é a coragem desse editor, desse homem, que enfrenta as agruras das faturas das gráficas, das empresas de papel, das cobranças, dos cobradores, do pagamento da produção, e que nem sempre consegue fazer das tripas coração.
Mas, Xico, não se apoquente, assim é a vida. Nós, mulheres, mais calejadas e mais aparelhadas para absorver e digerir os impactos das agruras da vida, entendemos o que você sente. Se não podemos te ajudar, podemos estar a seu lado, caminhando nesse deserto seco, que às vezes, surpreendentemente, quando menos se espera, numa espécie de milagre, se transforma em flores. Milagres.

Na imagem a escritora francesa Marguerite Duras, membro da Resistência Francesa na Segunda Guerra Mundial.

A Altana resiste. La Resistance. Imagino Marguerite Duras, cigarro numa das mãos, conversando com Xico Santos num café em algum banlieu, e mirabolando planos para levar adiante La Resistance, ou seja, Altana. Marguerite não deixaria Altana desaparecer do mapa, assim como resistiu com os franceses, corpinho magro e boina, distribuindo jornais clandestinos e participando de reuniões clandestinas para mudar o mundo. Assim era Marguerite, pois Marguerite não deixaria, jamais dans la vie, a Altana se esvair...
Pois foi Xico Santos, junto com minha amiga Gizele Santos, os primeiros a me incentivar a mostrar meus textos, isso não esqueço. E foi esse homem, editor da resistente Altana, quem ligou para Lizete Mercadante, editora da revista eletrônica de literatura O caixote, e enviou os textos a ela sem que eu soubesse. Pá! Eles saíram publicados no número 19. Eu engoli sequinho... Gizele passou a bola bonitinho para Xico que fez o gol de placa...
Não fossem os dois, não sei se haveria este blogue.
A Gizele foi uma das primeiras a arrancar a fórceps a minha timidez de expor meus textos, eu que vivo incentivando textos alheios, editando e tornando legíveis textos alheios... Ela, com sua voz carioca, cheia de léxicos engraçados, originais e próprios que a tornam ímpar em seu modo de falar e não a deixam invisível por onde passa me dizia insistentemente: "San... as pessoas têm que te lerrrrr", naquele carioquês gostoso de ouvir. Ela, Xico e Raquel Matsushita são, digamos, os obstetras, tiraram a criança à força... (E como falei no ínício de que mulheres sabem dessas coisas de resistência, Gizele sabe bem, bem, bem do que estou falando. Anos de cafés, bistrozinhos, confidências mostraram que ela também sabe a arte de Marguerite, Santa Marguerite Duras: La Resistance... E Gizele resiste, como todas nós mulheres mães que formam filhos e estão nas listas do IBGE, assim como eu: mães chefes de família...)
Pois Xico, o resistente da Altana escreve, lindamente, mas tem vergonha de mostrar, coisas de Xico Santos pirata. Um dia, hei de ver os textos dele publicados em papel, não só aqui na telinha, porque texto bão assim tem que estar em tinta sobre papel, se possível pólen... (Coisa de editora...)
Xico já foi fotógrafo também e cinegrafista premiado, mas esconde debaixo de uma humildade irritante... E seus textos trazem essa sensibilidade de fotógrafo: ele clica o momento, aí traz para o papel o mar de sentimento que só um pisciano poderia... São lindos os textos dele. Tive acesso a um texto sobre sua mãe. Meu coração embargou, não vou esquecer.
Assim como não vou esquecer de Xico e seu jeito de passar a mão na testa quando está envergonhado, ou quando está contente, diz sorrindo: "Tal coisa é assim, caaara!", como se fosse um menino levado.
Caros leitores, este é Xico Santos, que leva adiante A resistente, a Altana, Marguerite Duras ao lado, porque de onde estiver, ela protege os resistentes todos.
Conheçam os textos de Xico Santos. Garanto que vocês não vão querer mais deixar de ler seus textos no blogue: versoeprosa.wordpress.com
Conheçam também a série Folhetim, da revista O caixote, é imperdível... http://www.ocaixote.com.br/caixote20/TRIVIAcx20_xico.htm
Este é meu amigo Xico Santos, que espero ver mais vezes, sorrir com ele mais vezes, resistir com ele e Marguerite e ver seus textos cheirando a tinta, breve, se possível.
Xico Santos, que agora vive para Galahad e Morgana...

4 comentários:

  1. Sandra, vim bater aqui por conta do post do Face para Xico Santos, que só conheço virtualmente, mas sempre adivinhei o belo coração. Agora fui apresentada a você e gostei também, principalmente pela sua gratidão. Isso é belo!
    Vou ler seus textos no Caixote e aposto que vou gostar.
    Abraços
    Stela

    ResponderExcluir
  2. Oi, Stela, seja bem-vinda ao clube, e apareça sempre para um café com letras e conversa, e um bom conhaque, porque ninguém é de ferro... :-)
    Beijo grande pra você, e obrigada.
    Sandra

    ResponderExcluir
  3. Também vim do face, e também, como a Stela, conheço só o Xico virtual, pelo qual tenho a maior simpatia. Depois deste seu lindo texto, então, Sandra, minha admiração por ele aumentou. :-)

    ResponderExcluir
  4. Janaína, seja também bem-vinda aos detalhes da dolce vita deste ser pisciano, confuso, encantador... Um beijo!

    ResponderExcluir